sábado, 14 de janeiro de 2017

Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, simplesmente "amigo do povo"



Não há quem não tenha ouvido falar de Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), esse grande Cardeal que durante anos esteve à frente da Arquidiocese de São Paulo. Grande em estatura moral, grande em impulsionar a Igreja para as periferias da vida, grande em enfrentar e solucionar desafios.

Idoso, já afastado de suas funções diretivas da Arquidiocese, o Arcebispo Emérito vivia recolhido na casa de repouso da Congregação das Franciscanas da Ação Pastoral, no Parque Monte Alegre, em Taboão da Serra, SP, cujas irmãs o acompanharam e dele cuidaram nos últimos anos.

Dom Paulo foi um profeta. A igreja "em saída", atitude missionária tão cara ao Papa Francisco (Evangelii Gaudium, n. 24, n. 46), já se fazia presente no conteúdo da ação pastoral de Dom Paulo, na Arquidiocese de São Paulo.

Simplesmente um franciscano. Ou, amigo do povo, como ele dizia, em entrevista ao jornal O São Paulo, de dezembro de 1997:
“Eu gostaria de ser lembrado como amigo do povo. Porque eu defendi os direitos humanos de todo o povo, sem olhar religião, sem olhar ideologia, sem olhar para as capacidades ou possibilidades das pessoas que eram perseguidas, mas sim para que todas elas tivesses seus direitos garantidos e a dignidade humana revelasse o amor divino." (disponível em: http://brasileiros.com.br/2016/12/quero-ser-lembrado-como-o-amigo-povo/ - Acesso em: 21/12/2016)

Para outros, o Cardeal do povo, o Defensor dos direitos humanos e tantas mais adjetivações que apontam para as qualidades de Dom Paulo; elas não se excluem, mas se somam. O homem de todos e para todos.

Foi o homem da esperança. O lema do seu brasão episcopal EX SPE IN SPEM, "De Esperança em esperança", é uma bússola a guiar a nossa caminhada, numa adesão madura a Cristo e a seu Evangelho. Viver a partir de Cristo, e não de ideologias ou coisas mais que não enobrecem a pessoa na sua dimensão espiritual, ética, ou seja, de pessoa feita à imagem e semelhança de Deus. Para tanto, não perder a esperança, mas dela fazer a força para, cada dia, a cada situação, continuar lançando-se à frente. Não fugir dos fatos, mas, na esperança, ter forças para continuar. É um abandonar-se nas mãos da Divina Providência.

Um homem de Deus, hoje vivendo nele e com ele. O novo e definitivo endereço de Dom Paulo é lá no céu. Na quarta semana do Advento, tempo de espera e preparação para o Natal, Deus chamou-o, para celebrar, daqui para frente, por séculos sem fim, o eterno Natal do Filho. 

Por fim, ao prefaciar Brasil: Nunca Mais, Dom Paulo Evaristo Arns deixou esta mensagem para o Brasil e para o mundo:

A imagem de Deus, estampada na pessoa humana, é sempre única. Só ela pode salvar e preservar a imagem do Brasil e do mundo.


Leia mais:

Despedida franciscana às 10 horas desta sexta


Fonte da imagem:
http://www.revistamissoes.org.br/wp-content/uploads/maxresdefault2.jpg

domingo, 8 de janeiro de 2017

Diretório da Liturgia - 2017




O Diretório da Liturgia - Ano A - São Mateus (2016-2017) para a Igreja no Brasil já foi lançado pelas Edições CNBB, nas versões brochura (imagem acima) e espiral. E se encontra à venda nas livrarias católicas. 

Sobre a importância do Diretório da Liturgia e outras informações podem ser conferidas aqui

Esclareça-se que, no Brasil, o Tempo do Natal do Ano A - São Mateus vai até o dia 9 de janeiro de 2017, segunda-feira, inclusive. Este dia é dedicado à festa do Batismo do Senhor. A partir do dia imediatamente seguinte (10/01, terça-feira), começa o Tempo Comum (1ª fase).


Leia mais:

O ano litúrgico e o calendário


Fonte da imagem:
http://www.edicoescnbb.com.br/diretorio-da-liturgia-2017-brochura.html

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Papa Francisco: "orfandade espiritual"



No início do Ano Novo de 2017, o Papa Francisco toca numa das realidades mais profundas do ser humano. Umas das periferias existenciais do homem e da mulher nestes tempos de modernidade: o sentir-se só, privado da pertença a algo de grande valor que o motive a bem viver, sem referência afetiva. Sente-se sem pai, sem Deus; sem mãe, sem Maria; sem família, sem a Família de Nazaré; e, assim, por diante. Se só, isolado, seu horizonte de vida reduz-se a si mesmo, sem mais referências sociais e valorativas.

É uma orfandade de tal dimensão que atinge a alma humana, ou seja, alcança o humano naquilo que ele tem de mais íntimo. Há, nesse sentido, uma "orfandade espiritual" que vai para além dos fatos palpáveis.

 Nas sábias palavras do Papa Francisco:

Começar o ano lembrando a bondade de Deus no rosto materno de Maria, no rosto materno da Igreja, nos rostos das nossas mães, protege-nos daquela doença corrosiva que é a «orfandade espiritual»: a orfandade que a alma vive quando se sente sem mãe e lhe falta a ternura de Deus; a orfandade que vivemos quando se apaga em nós o sentido de pertença a uma família, a um povo, a uma terra, ao nosso Deus; a orfandade que se aninha no coração narcisista que sabe olhar só para si mesmo e para os seus interesses, e cresce quando esquecemos que a vida foi um dom – dela somos devedores a outros – e somos convidados a partilhá-la nesta casa comum.

A homilia, que foi proferida pelo Papa Francisco na Santa Missa da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro de 2017, pode ser lida, em português, aqui.


Fonte da imagem:
http://www.icatolica.com/2014/01/solenidade-de-santa-maria-mae-de-deus.html