É recorrente a pergunta sobre o lugar de onde proferir as intenções da oração dos fiéis ou oração universal, a qual encerra a segunda parte (Liturgia da Palavra) da Missa.
A Instrução Geral sobre o Missal Romano (ou Instrução Geral do Missal Romano) - IGMR, segunda edição típica do Missal Romano, não contemplava disposição expressa sobre o lugar de onde serão ditas as intenções da oração dos fiéis (ns. 45-47).
Recorria-se ao Cerimonial dos Bispos, que diz:
Recitado o símbolo, o Bispo, de pé, na cátedra, de mãos juntas, dirige-se a monição a convidar os fiéis à oração universal. Em seguida, um dos diáconos, um cantor, um leitor ou outra pessoa, do ambão ou de outro lugar conveniente, profere as intenções, e o povo participa na parte que lhe compete. Por fim, o Bispo, de mãos estendidas, diz a oração conclusiva. (n. 144)
Grifei em negrito os lugares de onde podem ser proferidas as intenções: ambão ou outro lugar conveniente.
Com ligeira alteração verbal (de conveniente para apropriado), a atual Instrução Geral do Missal Romano, na versão da terceira edição típica do Missal Romano, traduzida do latim para o português do Brasil (tradução da CNBB), oficializa que:
Normalmente as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. (n. 71) - grifei.
A palavra conveniente é da tradução do português de Portugal, como se lê do Cerimonial dos Bispos acima; e apropriado, do português de Brasil, como se lê da atual IGMR, terceira edição típica, em vigor.
Tenha-se em conta que o Cerimonial dos Bispos, utilizado pela Igreja no Brasil, é tradução feita pelo Secretariado Nacional de Liturgia de Portugal, com adaptações feitas pela CNBB quanto à linguagem e a referências às traduções brasileiras de diversos Rituais. A palavra conveniente que aparece no Cerimonial dos Bispos se repete, em Portugal, na tradução (feita do latim para o português de Portugal) da Instrução Geral do Missal Romano - IGMR, terceira edição típica, e confira aqui (n. 71 do IGMR).
Por derradeiro, a Introdução ao Lecionário da Missa, nº 33, faculta que a oração dos fiéis possa ser pronunciada do ambão, aqui não se fala de outro lugar conveniente ou apropriado:
Por derradeiro, a Introdução ao Lecionário da Missa, nº 33, faculta que a oração dos fiéis possa ser pronunciada do ambão, aqui não se fala de outro lugar conveniente ou apropriado:
(...) A homilia e a oração dos fiéis podem ser pronunciadas do ambão, já que estão intimamente ligadas a toda a liturgia da palavra (...)
Em conclusão, não é obrigatório o uso do ambão para o proferimento das intenções da oração dos fiéis. Podem ser proferidas ou do ambão ou de outro lugar conveniente (apropriado). Na prática, mormente nas celebrações festivas ou dominicais, é preferível pronunciar as intenções da oração dos fiéis diretamente do ambão, na esteira da justificativa da Introdução ao Lecionário da Missa (n. 33).
Fonte da imagem:
http://www.acvm.org.br/a-missa-parte-ii/
http://www.acvm.org.br/a-missa-parte-ii/
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