quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Papa Francisco: "orfandade espiritual"



No início do Ano Novo de 2017, o Papa Francisco toca numa das realidades mais profundas do ser humano. Umas das periferias existenciais do homem e da mulher nestes tempos de modernidade: o sentir-se só, privado da pertença a algo de grande valor que o motive a bem viver, sem referência afetiva. Sente-se sem pai, sem Deus; sem mãe, sem Maria; sem família, sem a Família de Nazaré; e, assim, por diante. Se só, isolado, seu horizonte de vida reduz-se a si mesmo, sem mais referências sociais e valorativas.

É uma orfandade de tal dimensão que atinge a alma humana, ou seja, alcança o humano naquilo que ele tem de mais íntimo. Há, nesse sentido, uma "orfandade espiritual" que vai para além dos fatos palpáveis.

 Nas sábias palavras do Papa Francisco:

Começar o ano lembrando a bondade de Deus no rosto materno de Maria, no rosto materno da Igreja, nos rostos das nossas mães, protege-nos daquela doença corrosiva que é a «orfandade espiritual»: a orfandade que a alma vive quando se sente sem mãe e lhe falta a ternura de Deus; a orfandade que vivemos quando se apaga em nós o sentido de pertença a uma família, a um povo, a uma terra, ao nosso Deus; a orfandade que se aninha no coração narcisista que sabe olhar só para si mesmo e para os seus interesses, e cresce quando esquecemos que a vida foi um dom – dela somos devedores a outros – e somos convidados a partilhá-la nesta casa comum.

A homilia, que foi proferida pelo Papa Francisco na Santa Missa da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro de 2017, pode ser lida, em português, aqui.


Fonte da imagem:
http://www.icatolica.com/2014/01/solenidade-de-santa-maria-mae-de-deus.html

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