terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Feliz e Próspero Ano Novo - 2020 !

Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o estilo de vida orgulhoso - não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa e também as suas concupiscências, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre.
(1Jo 2, 15-17)





Feliz e Próspero Ano Novo !




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https://www.a12.com/jovensdemaria/artigos/crescendo-na-fe/versiculos-de-ano-novo

Ambão: o esplendor da dignidade do sagrado



Há mais de cinquenta anos, estávamos acostumados com púlpito, e não com ambão. Foi, com a implementação da Reforma Litúrgica, fruto do Concílio Vaticano II (1962-1965), que o ambão entra ostensivamente para o cenário litúrgico.

O ambão está entre os elementos fundamentais do presbitério (santuário): o altar, o ambão e a cadeira do sacerdote ministerial que preside (presbítero, bispo).

A Instrução Inter Oecumenici para a reta aplicação da Constituição Sagrada do Concílio Vaticano II, datada de 26 de setembro de 1964, é o primeiro documento a usar a palavra ambão, dizendo:

Deve haver um ambão ou mais para a proclamação das leituras, disposto de tal modo que os fiéis possam prontamente ver e ouvir o ministro. (n. 96)

Ver e ouvir, ou melhor, olhar e escutar. Estes dois verbos são da essência do ato litúrgico. Não basta escutar a voz do ministro que profere a leitura, mas ele precisa ser visto. No dado momento litúrgico, o conjunto ambão e ministro é para ser visto: voltar o olhar para quem proclama a Palavra. Aliás, a comunidade se reúne para escutar a Palavra que exige um ministro que a proclame.

Esse voltar o olhar para quem proclama a Palavra fica mais evidenciado quando se proclama o Evangelho. A postura é de pé, hígido, voltado para o ambão, para escutar o Evangelho que o diácono ou presbítero (padre) proclama.

Como a liturgia celebrada está toda regrada, isto é, nada se inventa, a Instrução Geral sobre o Missal Romano (3ª edição típica) traz normas sobre o ambão, aqui reproduzidas:

A dignidade da palavra de Deus requer na igreja um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte espontaneamente a atenção dos fiéis no momento da liturgia da Palavra.
De modo geral, convém que esse lugar seja uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis.
Do ambão são proferidas somente as leituras, o salmo responsorial e o precônio pascal; também se podem proferir a homilia e as intenções da oração universal ou oração dos fiéis. A dignidade do ambão exige que a ele suba somente o ministro da palavra.
Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no Ritual Romano. (n. 309)

Do ambão não se fazem avisos etc senão as leituras bíblicas, o salmo responsorial e o precônio pascal. Faculta-se fazer do ambão a oração universal ou oração dos fiéis. E dele pode ser proferida a homilia.

A visibilidade do ambão não pode ser prejudicada. Nele não se colocam cartazes. Nem cartaz de Campanha de Fraternidade se coloca.

O ambão não é lugar de aglomeração de pessoas. A ele tem acesso somente o ministro da palavra, posto que está regrado: A dignidade do ambão exige que a ele suba somente o ministro da palavra.




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https://novaliturgia.wordpress.com/2014/09/17/a-mesa-da-palavra/

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Feliz e Santo Natal do Senhor !


O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.»
(Lc 2, 10-12)





Feliz e Santo Natal do Senhor !




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http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=1096:natal-do-menino-jesus

terça-feira, 23 de abril de 2019

Papa emérito Bento XVI: A Igreja e os abusos sexuais

Entre as liberdades pelas quais a Revolução de 1968 lutou estava a total liberdade sexual, uma que não mais possuía normas. (Papa Emérito Bento XVI)



Bento XVI, hoje Papa emérito, continua multiplicando os talentos que o bondoso Deus lhe confiou.

A agência católica de notícias Aciprensa (ACI Digital) divulgou  no dia 11 de abril de 2019, quinta-feira, em tradução para o português, o artigo "A Igreja e os abusos sexuais", originariamente escrito em alemão pelo Papa Emérito para o Klerusblatt, jornal de circulação mensal cujo público alvo é o clero de dioceses da Baviera.

O artigo, em seu inteiro teor e em português, pode ser lido clicando aqui.


Leia mais:

Abusos de menores. A resposta da Igreja.


Fonte da imagem:
https://www.gaudiumpress.org/content/53490-Bento-XVI-recebe-visita-de-Patriarcas-das-Igrejas-Orientais--no-Vaticano

sábado, 20 de abril de 2019

Feliz e Santa Páscoa do Senhor !

O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram apavorados e disseram: «Este era verdadeiramente o Filho de Deus!» (Mt 27,54)





Feliz e Santa Páscoa do Senhor !




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https://www.portadeassis.com.br/publicacoes/artigos/18187-quaresma-semana-santa-e-pascoa

domingo, 14 de abril de 2019

Roupa de missa, ou roupa de domingo: roupas melhores

Não se usa sempre a mesma veste: é preciso distinguir as épocas da vida, o profano e o sagrado, o trabalho e a festa. Se o trabalho pode exigir que se tirem as vestes (Jo 21,7), existe, por outro lado, uma grande variedade de trajes de festa. (Edgar Haulotte, in Vocabulário de Teologia Bíblica).


Em tempos idos, Domingo era realmente dia festivo. As manhãs de Domingo eram solenes, vistosas e alegres. E por quê?

Porque Domingo era, por excelência, dia de Missa. Ah! E as Missas das manhãs de Domingo! Eram concorridas: avós, filhos e netos, pais, mães e crianças, jovens, noivas e noivos; enfim, toda a grande família.

Dia festivo ou de Missa, as roupas melhores eram usadas. Eram coisas óbvias, intuitivas, que saltavam à vista.

Daí a expressão: traje domingueiro. E o ditado popular: roupa de festa, roupa de missa.

Substancialmente as coisas não mudaram. O Domingo, tão sagrado como noutro tempo, continua sendo o festivo Dia do Senhor, e a Missa, tão santa quanto antes, a celebração por excelência dos cristãos católicos. As roupas melhores não perderam sua razão de uso.

Precisamos olhar o retrovisor dos tempos idos, para visualizar esses atributos de fina e natural sensibilidade religiosa trazendo-os à prática nos dias atuais.

Objetivamente, a Missa se inicia lá na Igreja, segundo as normas litúrgicas. Mas, subjetivamente, para ela nos preparamos bem antes. Antes de sairmos de casa: quando fazemos o exercício de discernir para onde vamos e para que vamos; quando, por exemplo, abrimos o guarda-roupa e, então, escolhemos a roupa melhor: aquela vestimenta decente e, pois, adequada à respeitabilidade e à honorabilidade do local e do ato que vamos participar.

Desde os tempos primaveris do cristianismo já se registra o costume de os cristãos vestirem roupas melhores para ir à celebração litúrgica, como atesta Clemente de Alexandria (faleceu por volta de 215 d.C.), citado por J. A. Jungmann, S.J.

O próprio Jungmann, em seu clássico Missarum Sollemnia, assim se expressa: 

A preparação exterior se soma à preparação interior. (...) Desde sempre, a sensibilidade natural ensinou também aos fiéis que se deve comparecer à celebração litúrgica usando roupas melhores.

Pois então, condiz aos fiéis (leigos) apresentarem-se à celebração litúrgica (Missa) trajando as roupas melhores.

Tempos atrás existia uma certa padronização de vestuário que foi substituída pela confecção em massa de inúmeros tipos de vestuários. Então, aqui entra um termo - muito usual pelo papa Francisco - que se denomina discernimento. Discernir qual roupa devemos usar em tal e qual lugar. Se escolhemos ir à Igreja para participar da Missa, não é mesma opção de ir à feira de Domingo comer pastel ou ir à praia tomar água de coco, ir à academia de ginástica ou pedalar uma bicicleta, ir a uma festa de gala ou ir tomar banho de mar. Cada caso, sugere o uso de vestimenta diferenciada.

Por exemplo, para comer pastel na feira ou tomar água de coco na praia, podemos ir de bermuda, camiseta regata. Para a Igreja, Casa de Deus, já não nos sentimos naturalmente à vontade ir de bermuda, camiseta regata, senão com roupas convenientes (roupas melhores) para participar da Missa no lugar sagrado.

De regra, para participar da celebração da Missa, tem-se dito: não usar roupas de cores berrantes, roupas colantes, roupas decotadas, roupas transparentes. E, nesse aspecto, o Catecismo da Igreja Católica distingue o decoro como direcionador na escolha do vestuário, como se lê no parágrafo 2522:

O pudor protege o mistério da pessoa e do seu amor. Convida à paciência e à moderação na relação amorosa e exige que se cumpram as condições do dom e do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si. O pudor é modéstia. Inspira a escolha do vestuário, mantém o silêncio ou o recato onde se adivinha o perigo duma curiosidade malsã. O pudor é discrição.

Tem-se o uso, para homem: calça e camisa, preferencialmente sociais. E, para mulher: vestido ou saia não acima dos joelhos, blusas com mangas. Aqui, quanto ao uso de roupas melhores para participar da Missa, sugerimos a leitura do escrito de Melissa Bergonso (vide abaixo, em Leia mais).

Por derradeiro, em resumo, ter em conta que mais vale uma nobre simplicidade no vestir e no calçar do que a ostentação e a riqueza das vestes e dos calçados.

As coisas se harmonizam, porém, se antes da saída à celebração da Missa, fizermos uma preparação exterior como atitude subsequente à preparação interior. Nesse sentido, o exterior revela o interior.

Por fim,

Roupa de Missa é o título da crônica de Urda Alice Klueger, escritora e historiadora, cujo trecho reproduzido a seguir o fazemos em homenagem ao registro de uma época, cujo senso sagrado ou  religioso de então não pode ser ignorado:

Na minha infância, e no começo da minha juventude, domingo era dia de ir à missa. E ia-se à missa na maior estica, usando-se a melhor roupa que se tinha, com sapatos pretos muito bem engraxados, ou sapatos brancos recém-pintados de Nugget. Naquele tempo, tinha-se os vestidos de andar em casa, os vestidos mais-ou-menos, e os vestidos de ir à missa. Na época, as roupas masculinas eram totalmente sem graça e sem imaginação. Todos os homens usavam camisas brancas engomadas e calças de casemira azul-marinho com vinco - de maneira que nem lembro como eram as roupas dos meninos, mas nós, meninas, arrasávamos nas cores e nos modelitos. Vestido de missa era coisa séria, estar muito engomado e muito bem passado, e armado por toda uma coleção de anáguas de bordado inglês cheias de goma. Na saída da missa, na hora do pacote de pipoca semanal, as meninas ficavam se exibindo umas para as outras, contando, sob a barra do vestido, quantas barras de rendas de anáguas que cada uma tinha - quantidade de anágua era questão de status.

E, também, o escritor Machado de Assis, em Dom Casmurro, deixou-nos, em ligeiras pinceladas, impressões sobre o assunto:

Um dos gestos que melhor exprimem a minha essência foi a devoção com que corri no domingo próximo a ouvir missa em S. Antônio dos Pobres. O agregado quis ir comigo, e principiou a vestir-se, mas tão lento nos suspensórios e nas presilhas, que não pude esperar por ele. Demais, eu queria estar só. (Capítulo LXIX, A missa)
Rezei ainda, persignei-me, fechei o livro de missa e caminhei para a porta. A gente não era muita, mas a igreja também não é grande, e não pude sair logo, logo, mas de devagar. Havia homens e mulheres, velhos e moços, sedas e chitas, e provavelmente olhos feios e belos, mas não via uns nem outros. Ia na direção da porta, com a onda, ouvindo as saudações o e cochichos. No adro, onde fez claro, parei e olhei para todos. (Capítulo LXX, Depois da missa)


Leia mais:

Roupas para a Missa e o decoro na Casa de Deus, por Melissa Bergonso

Que tipo de roupas devo usar para ir à Missa?, por padre Paulo Ricardo

O hábito não faz o monge, e é certo, mas o monge sem o hábito não é tão monge!


Fonte da imagem:
https://pt.aleteia.org/2018/03/23/acompanhemos-jesus-o-guia-da-semana-santa-dia-por-dia/