segunda-feira, 25 de abril de 2016

As intenções da oração dos fiéis são proferidas do ambão ou de outro lugar?



É recorrente a pergunta sobre o lugar de onde proferir as intenções da oração dos fiéis ou oração universal, a qual encerra a segunda parte (Liturgia da Palavra) da Missa.

A Instrução Geral sobre o Missal Romano (ou Instrução Geral do Missal Romano) - IGMR, segunda edição típica do Missal Romano, não contemplava disposição expressa sobre o lugar de onde serão ditas as intenções da oração dos fiéis (ns. 45-47).

Recorria-se ao Cerimonial dos Bispos, que diz:

Recitado o símbolo, o Bispo, de pé, na cátedra, de mãos juntas, dirige-se a monição a convidar os fiéis à oração universal. Em seguida, um dos diáconos, um cantor, um leitor ou outra pessoa, do ambão ou de outro lugar conveniente, profere as intenções, e o povo participa na parte que lhe compete. Por fim, o Bispo, de mãos estendidas, diz a oração conclusiva. (n. 144)

Grifei em negrito os lugares de onde podem ser proferidas as intenções: ambão ou outro lugar conveniente. 

Com ligeira alteração verbal (de conveniente para apropriado), a atual Instrução Geral do Missal Romano, na versão da terceira edição típica do Missal Romano, traduzida do latim para o português do Brasil (tradução da CNBB), oficializa que:

Normalmente as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. (n. 71) - grifei.

A palavra conveniente é da tradução do português de Portugal, como se lê do Cerimonial dos Bispos acima; e apropriado, do português de Brasil, como se lê da atual IGMR, terceira edição típica, em vigor.

Tenha-se em conta que o Cerimonial dos Bispos, utilizado pela Igreja no Brasil, é tradução feita pelo Secretariado Nacional de Liturgia de Portugal, com adaptações feitas pela CNBB quanto à linguagem e a referências às traduções brasileiras de diversos Rituais. A palavra  conveniente que aparece no Cerimonial dos Bispos se repete, em Portugal, na tradução (feita do latim para o português de Portugal) da Instrução Geral do Missal Romano - IGMR, terceira edição típica, e confira aqui (n. 71 do IGMR).

Por derradeiro, a Introdução ao Lecionário da Missa, nº 33, faculta que a oração dos fiéis possa ser pronunciada do ambão, aqui não se fala de outro lugar conveniente ou apropriado:

(...) A homilia e a oração dos fiéis podem ser pronunciadas do ambão, já que estão intimamente ligadas a toda a liturgia da palavra (...)

Em conclusão, não é obrigatório o uso do ambão para o proferimento das intenções da oração dos fiéis. Podem ser proferidas ou do ambão ou de outro lugar conveniente (apropriado). Na prática, mormente nas celebrações festivas ou dominicais, é preferível pronunciar as intenções da oração dos fiéis diretamente do ambão, na esteira da justificativa da Introdução ao Lecionário da Missa (n. 33).


Fonte da imagem:
http://www.acvm.org.br/a-missa-parte-ii/

domingo, 3 de abril de 2016

A esperança cristã é um dom que Deus nos concede - afirma Papa Francisco



A homilia do Papa Francisco na celebração da Vigília Pascal, 26 de março de 2016, continua contagiando. Num mundo de desesperança, ela chega em boa hora, portando a esperança.

O Papa afirma ser a esperança um dom de Deus. Se assim é, precisamos a Deus pedi-la. Se a temos, a Deus agradecer.

Se a salvação veio para todos, a todos a esperança é acessível. Basta não ficar fechado em si mesmo. Ouçamos nas palavras do Papa:
Também nós, como Pedro e as mulheres, não podemos encontrar a vida, permanecendo tristes e sem esperança e permanecendo aprisionados em nós mesmos. Mas abramos ao Senhor os nossos sepulcros selados - cada um de nós os conhece -, para que Jesus entre e dê vida; levemos-Lhe as pedras dos ressentimentos e os penedos do passado, as rochas pesadas das fraquezas e das quedas. Ele deseja vir e tomar-nos pela mão, para nos tirar para fora da angústia. Mas a primeira pedra a fazer rolar para o lado nesta noite é esta: a falta de esperança, que nos fecha em nós mesmos. O Senhor nos livre desta terrível armadilha: sermos cristãos sem esperança, que vivem como se o Senhor não tivesse ressuscitado e o centro da vida fossem os nossos problemas.
Essa pérola de homilia é um oásis na vida agitada, do corre-corre, do apreço pelas coisas imediatas e sensíveis, da maximização do presente. A homilia cai como presente de Páscoa, para além do túmulo vazio da existência.

Leitura recomendada e o texto completo, em português, pode ser lido aqui.


Fonte da imagem:
http://br.radiovaticana.va/news/2016/03/26/vig%C3%ADlia_pascal_papa_exorta_%C3%A0_esperan%C3%A7a_crist%C3%A3,_dom_de_deus/1218302