Numa clássica definição de A. Nosetti e C. Cibien (Dicionário de Liturgia, organizado por Domenico Sartore e Achille M. Triacca), presbitério é o:
Espaço em torno do altar reservado ao bispo e ao clero.
As normas preveem que o presbitério deve distinguir-se do todo da igreja, ser suficientemente amplo e ter uma estrutura mais elevada, de modo que os atos ali realizados possam ser vistos e participados, presenciados e acompanhados por todos.
Na
igreja ou na catedral, como área "reservada ao corpo presbiteral e a
outros ministérios envolvidos da direção e presidência das
celebrações" (
José Aldazábal), o
presbitério
é a vitrine de toda a assembleia reunida, cujos membros se espelham naqueles que estão no presbitério para absorção de
gestos litúrgicos comuns uns aos outros.
Na verdade, a celebração requer, para a sua beleza, unidade de gestos e posições corporais. Por isso, a Instrução Geral do Missal Romano exalta o valor e a finalidade dos gestos e posições do corpo:
42. Os gestos e posições do corpo tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo devem contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre simplicidade, se compreenda a verdadeira e plena significação de suas diversas partes e se favoreça a participação de todos. Deve-se, pois, atender às diretrizes desta Instrução Geral e da prática tradicional do Rito romano e a tudo que possa contribuir antes para o bem comum espiritual do povo de Deus, do que atender ao seu próprio gosto ou arbítrio.
A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a sagrada Liturgia, pois exprime e estimula os pensamentos e os sentimentos dos participantes. (negritos não são do original)
Das leituras bíblicas, o Evangelho é o ponto alto, assim o realça a referida Instrução Geral - IGMR:
60. A leitura do Evangelho constitui o ponto alto da liturgia da
palavra. A própria Liturgia ensina que se lhe deve manifestar a maior
veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial,
tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara
pela bênção ou oração; como por parte dos fiéis que pelas aclamações
reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e que
ouvem de pé a leitura; ou ainda pelos sinais de veneração prestados ao
Evangeliário.
Com o canto de aleluia ou de aclamação antes da proclamação do Evangelho, todos ficam de pé, segundo dispõe a IGMR:
62. Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho,
canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme
exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si
mesma, através do qual a assembleia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe
vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado
por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo
repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de
cantores ou cantor. (negritos não são do original)
De pé é a posição corporal e litúrgica para a escuta do Evangelho proclamado.
A propósito, reproduzimos a imagem acima para ilustrar o que se diz por palavras. Os dois ministros de castiçais que ladeiam o ambão estão de pé,
voltados para o ambão, e não para o corpo da assembleia reunida. A posição dos ministros litúrgicos situados à extrema esquerda da imagem acima é de pé, mas: "As mãos ficam juntas uma contra a outra à altura do peito" (
Giuseppe Carlo Cassaro). Ou, como melhor explicita
L. Trimeloni: "as palmas com os dedos unidos e estendidos tocam-se; mas o polegar direito deve sobrepor-se ao esquerdo em forma de cruz. Evitem os extremos de ter as mãos completamente horizontais ou totalmente verticais; faça-se de modo que somente a ponta esteja ligeiramente afastada do peito."
Mais adiante a IGMR complementa:
133. [Sacerdote] Toma, então, o Evangeliário, se estiver no altar e, precedido dos ministros leigos, que podem levar o turíbulo e os castiçais, dirige-se para o ambão, conduzindo o Evangeliário um pouco elevado. Os presentes voltam-se para o ambão, manifestando uma especial reverência ao Evangelho de Cristo.
(negritos não são do original)
A beleza da liturgia está na harmonia dos gestos e das posições do corpo, que expressam a unidade e propiciam viva participação. E, para isso, concorrem, com bastante visibilidade, todos os que ocupam o presbitério, uma escola de liturgia.
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Fonte da imagem:
http://ars-the.blogspot.com.br/2014/03/de-que-lado-deve-ficar-o-ambao.html