Na mais recente viagem internacional, aliás a segunda feita ao Continente Latino-americano, o Papa Francisco fez vários pronunciamentos, todos de magna relevância.
É bom frisar que o Papa Francisco, cujo país de origem é a Argentina, é desde longa data profundo conhecedor das realidades dos povos latino-americanos; as vivenciou.
Dentre os pronunciamentos realizados destaco, pela sua atualidade e dimensão sociocultural para toda a humanidade, aquele proferido no II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), no dia 9 de julho de 2015, quinta-feira.
O discurso papal inicia-se por focalizar três realidades que reclamam satisfação imediata para os seus ouvintes e a todos quantos na mesma situação se encontram, porém com reflexos para toda a humanidade, quais sejam, os famosos três "T": terra, teto e trabalho.
Pois bem, os três famosos "T" são ganchos para textura do discurso como veremos.
Antes, porém, o Papa fala da necessidade de mudança, uma mudança querida, ou seja, de uma vontade de mudar, pois queremos uma mudança positiva em benefício de todos os nossos irmãos e irmãs - afirma Francisco.
O Papa não vende ilusões e diz dos percalços que cercam a mudança, mudança esta que não se esgota com uma só geração, mas é um processo. Com precisão, as palavras de Francisco:
Por último, gostaria que reflectíssemos, juntos, sobre algumas tarefas importantes neste momento histórico, pois queremos uma mudança positiva em benefício de todos os nossos irmãos e irmãs. Disto estamos certos! Queremos uma mudança que se enriqueça com o trabalho conjunto de governos, movimentos populares e outras forças sociais. Sabemos isto também! Mas não é tão fácil definir o conteúdo da mudança, ou seja, o programa social que reflicta este projecto de fraternidade e justiça que esperamos, não é fácil defini-lo. Neste sentido, não esperem uma receita deste Papa. Nem o Papa nem a Igreja têm o monopólio da interpretação da realidade social e da proposta de soluções para problemas contemporâneos. Atrever-me-ia a dizer que não existe uma receita. A história é construída pelas gerações que se vão sucedendo no horizonte de povos que avançam individuando o próprio caminho e respeitando os valores que Deus colocou no coração.
Em sequência, o Papa Francisco propõe três grandes tarefas a cargo da sociedade, que vão desde o mecanismo de concentração de riqueza, passando pelas novas formas de colonialismo, como o poder anônimo do ídolo dinheiro, do monopólio dos meios de comunicação social, este com a pretensão de impor padrões de consumo e de uniformização cultural (chamado de colonialismo ideológico), até a defesa da Mãe Terra. Esta objeto da Carta Encíclica Laudato Si sobre o Cuidado da Casa Comum, cujo texto completo em português pode ser lido aqui.
Quanto ao dinheiro, convém observar o quanto sobre ele já disse antes o Papa Francisco, ao prefaciar o livro Pobre para os pobres - A missão da Igreja, de Gerhard Müller:
O Papa Francisco coloca à reflexão, sobremodo da comunidade católica, essas exigências fundamentais e relacionadas essencialmente àqueles três ditos famosos "T" (terra, teto e trabalho), cuja prática não se esgota em uma só geração, mas tem um caráter de contínuo processo, sabendo, porém, que exigências há que, bradando aos céus, reclamam imediata satisfação.
O texto completo, em português, do pronunciamento do Papa Francisco, no II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra, pode ser lido aqui.
Quanto ao dinheiro, convém observar o quanto sobre ele já disse antes o Papa Francisco, ao prefaciar o livro Pobre para os pobres - A missão da Igreja, de Gerhard Müller:
O dinheiro é um instrumento que de algum modo - como a propriedade - prolonga e acresce as capacidades da liberdade humana, consentido-lhes atuar no mundo, agir, dar fruto. Em si próprio, é um instrumento bom, como quase todas as coisas de que o homem dispõe: é um meio que alarga as nossas possibilidades. Contudo, este meio pode virar-se contra o homem. Com efeito, o dinheiro e o poder econômico podem ser um meio que afasta o homem do próprio homem, confinando-o a um horizonte egocêntrico egoísta.
O Papa Francisco coloca à reflexão, sobremodo da comunidade católica, essas exigências fundamentais e relacionadas essencialmente àqueles três ditos famosos "T" (terra, teto e trabalho), cuja prática não se esgota em uma só geração, mas tem um caráter de contínuo processo, sabendo, porém, que exigências há que, bradando aos céus, reclamam imediata satisfação.
O texto completo, em português, do pronunciamento do Papa Francisco, no II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra, pode ser lido aqui.
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