Os Bispos da CNBB-Regional Nordeste 5 (compreende a Arquidiocese de São Luís e Dioceses do Estado do Maranhão), em visita ad limina, foram recebidos pelo Papa Bento XVI na manhã de quinta-feira (28/10). E o Papa, inteirando-se, por relatórios enviados pelos Bispos da Regional, dos "problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social", dirigiu-lhes o discurso, que, na íntegra, pode ser lido aqui.
Bento XVI distingue, no dever de trabalhar por uma ordem social justa, duas linhas de participação ativa de um mesmo fenômeno. Uma, imediata, que compete aos leigos. Dessa forma, os leigos estão na linha de frente. Compete-lhes envolver-se diretamente por uma ordem social justa. Outra, mediata, que compete aos Bispos junto com o clero (padres, diáconos). Aqui, os clérigos (bispos, padres e diáconos) envolvem-se indiretamente.
Ouçamos o que diz, quanto a esse dever de trabalhar, o discurso papal: "Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fratena. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76)."
No tocante à formulação de juízo moral sobre direitos fundamentais ou salvação, os pastores (bispos) tomam a frente. E, neste aspecto, o Papa desce a concretude dos fatos. Vejamos:
"Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado na suas bases (cf. Evagelium vitae, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida "não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo" (ibidem, 82)."
Grande é a tarefa dos fiéis leigos! E não menor a dos Bispos e de seus clérigos (padres, diáconos)!
Enfim, tarefa da Igreja, enquanto Povo de Deus.
O discurso tem como destinatários diretos os Bispos do Regional Nordeste 5, mas vale para toda a Igreja (bispos, padres, diáconos e leigos).
Eis os documentos mencionados por Bento XVI no discurso:
Deus Caritas Est
Gaudium et Spes - GS
Christifideles Laici
Evangelium Vitae
Discurso de inauguração da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe
Compêndio da Doutrina Social da Igreja
Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010
Caritas in Veritate
Leia mais:
Discurso do Papa Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos (21 de Maio de 2010)
Fonte da imagem:
http://www.fazenda.org.br/institucional/visita-papa.php
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