domingo, 19 de agosto de 2007

Documento de Aparecida: cardeal admite alteração

O jornal O Estado de S. Paulo, na edição de 18 de agosto de 2007 (sábado), traz a informação de que o cardeal chileno Francisco Javier Errázuriz, que à época era o presidente do Celam, admitiu que o texto definitivo do Documento de Aparecida foi alterado antes de ser entregue ao Papa.

"O texto definitivo sofreu algumas modificações, mas são formulações que não têm a importância que lhes é atribuída agora, disse Errázuriz, acrescentando que se trata de mudanças "mínimas", que não alteraram o conteúdo" (O Estado de S. Paulo).

O que parece é que as ditas alterações foram feitas com o desconhecimento dos demais bispos participantes do Conferência de Aparecida - V Celam.

E disso se conclui das palavras de D. Odílio Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, que foi secretário-geral-adjunto da Conferência de Aparecida, ao afirmar: "é preciso verificar se quem fez isso tinha autoridade para fazer" (O Estado de S. Paulo).

Segundo noticia O Estado de S. Paulo, na mesma edição, o cardeal brasileiro Geraldo Majella Agnelo disse que: "A mesma coisa ocorreu na Conferência de Puebla, no México, em 1979, quando o cardeal colombiano Alfonso López Trujillo, atualmente presidente do Pontifício Conselho para a Família, mexeu no documento antes de ele ser enviado a Roma."

A verdade é a seguinte se já houveram precedentes, estes não justificam o que ocorreu no Documento de Aparecida, e até porque as alterações agora havidas ganharam publicidade. E o Documento de Aparecida não terá credibilidade se não for imediatamente restaurado o texto original.

Espera-se, pois, que haja o pronunciamento oficial da Igreja sinalizando sobre a apuração do caso, para que não passe como mais um precedente, como o ocorrido com o de Puebla acima noticiado, que, também somente agora, o grande público toma conhecimento.

Após pesquisas, levantamento de dados, consultas, debates e votações, não pode, com certeza, a Igreja hierárquica oferecer ao público um documento, afinal representativo da vontade de um ou dois participantes. Um tal documento assim carece de representatividade e, logo, de aceitabilidade e credibilidade.

O tema vem merecendo a atenção da Rádio Vaticano.

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Crédito da foto: http://www.aciprensa.com/noticia.php?n=17050

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