A afirmação acima é de Richard Dawkins, professor na Universidade de Oxford (Inglaterra), em recente entrevista ao jornalista Herton Escobar, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 12/08/2007 (domingo), página A25.
A entrevista está atrelada ao lançamento, no Brasil, do livro "Deus, um Delírio", de autoria do entrevistado, a cargo da editora Cia. das Letras.
O tema não é novidade e inspira-me a fazer ligeiras considerações.
O filósofo Voltaire (1694-1778), expoente do Iluminismo, já pregara "o evangelho da razão".
E ainda filósofos como Ludwig Feuerbach (1804-1872), cuja opinião teve grande influência em Karl Marx (1818-1883), e Friederich Nietzsche (1844-1900), cujo pensamento foi objeto de tentativa de apropriação pela ideologia nazista, afastaram Deus e colocaram, em seu lugar, o homem, a razão, a ciência.
Nietzsche pregou "a morte de Deus".
O marxismo-ortodoxo, também conhecido por materialismo dialético ou marxismo-leninismo, foi a doutrina oficial da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, após a Revolução de 1917. Na essência também negava Deus e prometia um paraíso de bens materiais.
A ideologia nazista não diferentemente negava Deus. Seu projeto era dominar culturalmente o mundo, como que "deletando" tudo que fosse contrário à essa doutrina e criando uma nova civilização.
O marxismo, como sistema de poder político, agonizou. E onde ainda não agonizou convive com outras idéias.
O nazismo, com a sua arrogância, é coisa do passado.
Aquilo que o professor Richard Dawkins quer passar para o público já foi experimentado na história recente, e até mesmo por força dos sistemas ideológicos de poder político. Dawkins não cria nada de novo, porque um certo distanciamento de Deus ou indiferença (tanto faz Ele existir ou não) - e até a sua negação - ou da religião (oficial) persistem no atual momento histórico da humanidade.
Basta notar certos fatos: leis de aborto que foram aprovadas recentemente em países que se dizem cristãos, como México e Portugal; o desarmamento da sociedade que a nação brasileira não aprovou no referendo a que foi chamada a opinar. Isso é suficiente para demonstrar, na prática, que Deus não está no centro das decisões que as pessoas tomam (Ele é algo distante, indiferente ou negado).
Efetivamente, para boa parte do mundo ocidental Deus (e, por extensão, Igreja e religião) não é um ser necessariamente relevante. No máximo, é um dado acidental, incapaz de interferir decisivamente.
Basta notar certos fatos: leis de aborto que foram aprovadas recentemente em países que se dizem cristãos, como México e Portugal; o desarmamento da sociedade que a nação brasileira não aprovou no referendo a que foi chamada a opinar. Isso é suficiente para demonstrar, na prática, que Deus não está no centro das decisões que as pessoas tomam (Ele é algo distante, indiferente ou negado).
Basta mais um exemplo recente.
O Continente Europeu é devedor da cultura cristã. Não obstante os esforços da Igreja, sobremodo na pessoa do Papa João Paulo II, os responsáveis pela redação ou aprovação da Constituição da União Européia não tiveram a necessária liberdade e altivez para inserir no texto o nome de Deus e uma referência ao cristianismo.
O capitalismo criou as periferias, criou o Terceiro Mundo.
Deus foi afastado. Ele é um estorvo ao "avanço civilizatório". Deus não está no centro dos grandes projetos dos homens de poder.
Na medida em que Deus não está em nada, o homem deixa de ser visto como pessoa, mas apenas como componente utilitário do sistema. Se útil, tudo bem. Do contrário, ele atrapalha o bem estar imediato e hedonista da sociedade. É bom matá-lo, porque Deus (ah, este!?) eles já o mataram.
O homem está hoje nessa encruzilhada. Um passado que vem do Iluminismo, passa pelas grandes sistemas ideológicos de poder (comunismo, nazismo, fascismo, fundamentalismo em suas acepções religiosa e racionalista), não conseguiu dar ao homem, dito liberto da tutela da religião (Kant), a felicidade prometida.
O pensamento e o livro do professor Richard Dawkins não têm cacife para tornar as coisas melhores ou piores. É chover no molhado. É apenas mais um dentre muitos que pregam a morte de Deus e que se colocam como adversos à intrínseca transcendência que permeia o homem em sua integridade.
É bem ao contrário, o homem de hoje, insatisfeito das coisas do mundo (sistematizá-las como "modernidade"), busca o sagrado, ainda que de forma difusa, mas o busca.
O homem quer, e precisa, de algo para além da ciência ou da razão.
Leia também:
Santidade
Recomeçar a partir de Cristo
Sou Católico - Vivo a minha Fé
Fonte da primeira imagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_DawkinsFonte da segunda imagem:
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/e00012.htm
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Fonte da primeira imagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_DawkinsFonte da segunda imagem:
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/e00012.htm
2 comentários:
Richard Dawkins é um ateu fanático! Sempre soube que o ateísmo nunca disse a verdade!
Agradeço-lhe a visita e o comentário.
Em contraponto ao livro "Deus, um Delirio", de Richard Dawkins, sugiro a leitura do livro "O delírio de Dawkins", de Alister Macgrath e Joanna Collicutt Macgrath: http://blogdoguedes.blogspot.com.br/2007/10/o-delrio-de-dawkins-uma-resposta.html
Abraço,
Guedes.
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