A palavra círio provém da língua latina, cereus – “de cera”, “feito de cera”. É uma vela grande de cera. O círio simboliza a luz. Mas nem toda vela grande é Círio Pascal.
Círio Pascal - podemos dizer - é uma grande vela (maior em altura e diâmetro), feita de cera natural, novo a cada ano, único, que, preparado ritualmente na noite santa da Vigília Pascal (Sábado Santo) como previsto no Missal Romano, evoca que Cristo Ressuscitado é a luz do mundo. O Círio é aceso com o fogo novo, que é aquele fogo bento, da fogueira preparada na noite da Vigília.
As velas da procissão são acesas no fogo do Círio Pascal, no simbolismo de que do Cristo procede a luz que ilumina a todos.
Não é, pois, uma simples vela, cuja luz dele depende. O simbolismo do Círio Pascal permeia a vida da Igreja - povo de Deus - posto que ele toca o fundamento primeiro da fé cristã: a ressurreição.
O Círio Pascal é colocado no presbitério junto do ambão ou perto do altar. Deste lugar, aceso, está o Círio Pascal, símbolo do Cristo ressuscitado, atestando simbolicamente a Ressurreição.
O Círio Pascal é aceso em todas as celebrações litúrgicas (ao menos, nas mais solenes), tanto na Missa quanto em Laudes e Vésperas (Liturgia das Horas), até o Domingo de Pentecostes.
Depois da celebração do Domingo de Pentecostes, o Círio Pascal é apagado, colocado no batistério e nele conservado. Passará a ser aceso na celebração do batismo e na sua chama será acesa a vela dos batizados. Será aceso também na celebração das exéquias e deverá ser colocado junto do féretro, “para indicar que a morte é para o cristão a sua verdadeira Páscoa.” (Congregação do Culto Divino, Carta sobre a preparação e a celebração das festas pascais, de 16 de janeiro de 1988, n. 99).
O Diretório da Liturgia (2007, Ano C, São Lucas), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, prevê que: “Terminado, depois das Vésperas e Completas, o Tempo Pascal, convém guardar o Círio pascal, com veneração, no Batistério, para nele acender as velas dos batizados” (pág. 106).
Voltemos o olhar ao passado. Lá, na Velha Aliança (livro do Êxodo 13, 21-22) vamos encontrar a coluna de fogo, tomado como sugestivo símbolo do Círio Pascal. O povo da Velha Aliança tem pressa: precisa se distanciar da terra da escravidão (Egito). Então, caminha dia e noite no deserto rumo à Terra Prometida. E o Senhor se faz companheiro da caminhada. O Senhor como que se esconde nas colunas, seja na de nuvem seja na de fogo; e, com a sua presença, indica o caminho, e com a luz, permite ao povo vencer a escuridão. “O Senhor os precedia, de dia, numa coluna de nuvem, para lhes mostrar o caminho; de noite, numa coluna de fogo para iluminar, a fim de que pudessem andar de dia e de noite. De dia não se afastava do povo a coluna de nuvem, nem de noite a coluna de fogo” (Ex 13, 21-22).
O Círio Pascal evoca que a Cristo pertencem o tempo e a eternidade (Alfa e Ômega): Caminho, Verdade e Vida.
Eis a luz de Cristo!
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