Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), escritor inglês, mais conhecido entre nós pelo livro "O Homem que foi Quinta-Feira (um pesadelo)", passou por uma evolução espiritual que foi de um juvenil agnosticismo até converter-se ao cristianismo. Tornou-se um dos intelectuais católicos mais importantes da primeira metade do século XX.
Homem de espírito jocoso, Chesterton debateu com os grandes intelectuais da época, como Bertrand Russell, Clarence Darrow, George Bernard Shaw e H. G. Wells.
Há cem anos, precisamente em 1908, Chesterton publicava o livro Orthodoxy. Comemorando o centenário do livro, a Editora Mundo Cristão, em edição comemorativa, publica, em português, o livro Ortodoxia, na tradução de Almiro Pisetta.
A tradução é enriquecida com o "Prefácio à edição comemorativa em português", de autoria de Philip Yancey.
O humor, graça, gentileza e bonomia fazem de Chesterton um escritor muito querido. O humor em Chesterton é também um meio para chegar às grandes verdades, como sucede com o centenário livro Ortodoxia.
Chesterton escreveu biografias célebres: São Francisco de Assis e São Tomás de Aquino.
Afinal, Chesterton é um artista na escrita. É um dos maiores romancistas ingleses.
A grandeza de Ortodoxia pode ser apreendida desta passagem do Prefácio à edição comemorativa em português", de Philip Yancey: "Não entendo como os leitores se deixam atrair por um título tão imperscrutável, mas um dia foi exatamente o que fiz, e minha fé nunca mais foi a mesma. Na época em que eu passava por um período de aridez espiritual; tudo parecia estar velho, desgastado e sem vida. A leitura de Ortodoxia me trouxe novo refrigério e, acima de tudo, novo espírito de aventura."
E Philip Yancey confessa no mesmo Prefácio: "Sempre que percebo que minha fé volta a correr o risco de tornar-se árida, vou até minha estante e apanho um livro de G. K. Chesterton. E assim começa de novo a aventura."
Chesterton assinala que o livro Ortodoxia é autobiográfico (pág. 15). O autor diz: "quero apresentar a minha crença como uma resposta específica a essa dupla necessidade espiritual, a necessidade da mistura do conhecido com o desconhecido que a cristandade corretamente chamou de romance. Pois até mesmo a palavra "romance" tem em si o mistério e o antigo significado de Roma" (pág. 19). "Precisamos ver o mundo de tal modo que nele se combine uma de idéia de deslumbramento com uma idéia de acolhimento" (pág. 20). "Estes ensaios pretendem apenas discutir o fato real de que a teologia cristã central (suficientemente resumida no Credo dos Apóstolos) é a melhor raiz de energia e ética sólida" (pág. 23).
E ainda: "Todo o segredo do misticismo é este: que o homem pode compreender tudo com a ajuda daquilo que não compreende" (pág. 48).
Mais adiante: "O cristianismo veio ao mundo acima de tudo para afirmar com veemência que o homem não só devia olhar para dentro, mas devia olhar para fora, contemplar com assombro e entusiasmo uma companhia divina e um capitão
Mas, antes dizia Chesterton: "Tentei fundar uma heresia só minha; e quando lhe dei o último acabamento descobri que era a ortodoxia" (pág. 22). "Quando a palavra "ortodoxia" é usada aqui, ela significa o Credo dos Apóstolos, como era entendido por todos os que se chamavam cristãos até pouco tempo atrás e a conduta histórica daqueles que adotavam esse credo" (pág. 23).
E a constatação do escritor: "Eu sou o homem que com a máxima ousadia descobriu o que já fora descoberto antes" (pág. 21).
O livro Ortodoxia, em edição comemorativa 1908- 2008, está aí, com o estilo "chestertoniano", para ser saboreado, lido à vontade.
E boa leitura!
Leia mais:
Fonte da primeira imagem:
http://timotheosprologizes.blogspot.com/2006/11/chesterton-on-original-sin.html
Fonte da segunda imagem:
http://www.mundocristao.com.br/imgprod/p10575_gg.jpg
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